O jornal "O Estado de S. Paulo", mais conhecido como "Estadão", um dos maiores e mais respeitados jornais do Brasil, localizado em São Paulo, destaca na edição de domingo que circula desde o último dia 8 de dezembro, no caderno de Economia, uma entrevista com a fundadora da rede de hotéis Blue Tree e uma das principais empresárias do país, Chieko Aoki. Em sua série de entrevistas "Deixa Ela Liderar", que será publicada semanalmente, aos domingos, o diário fez entrevista com a empresária sobre necessidade de políticas públicas e empresariais para reduzir desigualdades, em especial a participação das mulheres no mercado de trabalho.
Chieko Aoki observa, na entrevista, que "a sociedade está exigindo mais mulheres em posição de liderança. Cada vez mais, o mercado é de coworking, colaborativo, transparente (...) É o momento de as mulheres acreditarem nessas características, que são muito importantes nesse novo mundo, onde as coisas são tão rápidas que, se você não compartilha e dá autonomia, fica muito para trás", e fala do grupo Mulheres do Brasil, criado pela empresária Luiza Helena Trajano, da Magazine Luiza. "Já somos mais de 35 mil integrantes. Muitas são executivas, mas outras, não (...) Temos núcleos e comitês, que estão buscando assegurar uma cota de 30% para mulheres nos cargos de conselho das empresas, onde a presença feminina ainda é pequena. Esse empurrão é muito importante. Também trabalhamos com as meninas, as jovens, para que elas consigam se projetar até os cargos de liderança. Também é importante definir regras para que as mulheres possam trabalhar de forma mais livre. Uma grávida pode precisar ficar em casa e a mãe recente tem necessidade de cuidar do bebê. As políticas das empresas e do governo precisam acompanhar essas necessidades. (...) As empresas, por exemplo, podem estabelecer regras para ter 50% de candidatos homens e 50% de mulheres nos seus processos seletivos", nota a empresária Chieko Aoki.
Na entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", a empresária Chieko Aoki lembra que "a mulher é competente, tem de ganhar mais, não menos. Algumas empresas são muito conscientes, principalmente dos Estados Unidos. Suas filiais seguem o padrão que estabelece que não pode haver diferença salarial (...) Acho que algumas dessas diferenças ainda são resquícios de um passado em que as próprias mulheres não pleiteavam a igualdade. Em que elas se sentiam sem direito de pleitear um salário maior, às vezes até por causa da maternidade. Pode demorar um pouco, mas as coisas estão mudando (...) Acredite que esse mundo, agora, é muito mais fácil para as mulheres do que já foi antes. Toda mulher, não importa o cargo que ocupe, tem de gostar do que faz, investir em si mesma e buscar se diferenciar".

Chieko Aoki (Foto: Divulgação)
Rubens Ito / CCIJB