Hoje em dia, vários países do mundo estão tentando desenvolver robôs para explorar o mar a milhares de metros de profundidade. Essas expedições são necessárias para alcançar recursos energéticos como campos petrolíferos ao largo da costa, bem como hidrato de metano e metais raros que existem no fundo do mar. A instalação de cabos submarinos para a internet e outros serviços de tecnologia de informação também requerem explorações em mares profundos.
Em meio à crescente demanda por inovação tecnológica, uma fundação dos Estados Unidos organizou, este ano, a primeira competição mundial neste setor. Hoje, para o Comentário, Toshiyuki Tsuchiya, da NHK, fala sobre a situação atual da exploração de mares profundos, um tema que está atraindo muita atenção.
Tsuchiya diz: "Até hoje, uma embarcação submersível que é enviada a partir de um navio maior, tripulado, tem exercido um papel importante na exploração de mares profundos. Contudo, este método exige bastante mão de obra, tempo e dinheiro. Pesquisadores buscam uma maneira mais rápida e barata para fazer esse tipo de exploração. Este foi o motivo pelo qual esta fundação dos Estados Unidos organizou a primeira competição tecnológica do mundo.
Os participantes precisam investigar a topologia e criar um mapa de uma região com mais de 250 quilômetros quadrados no fundo do mar, numa profundidade de até 4 mil metros. A profundidade média do mar é estimada em 3.800 metros. Se for possível descer a mais de 4 mil metros, isso nos permitirá desenvolver uma vasta expansão oceânica. Contudo, há uma condição sem precedentes para a participação nesta competição: todas as tarefas precisam ser feitas por robôs controlados à distância, do momento que eles partem da costa até o seus retorno.
A exploração do fundo do mar exige habilidades altamente avançadas, mesmo quando feita por pessoal treinado, e acredita-se que apenas cerca de 10 quilômetros quadrados podiam ser explorados de cada vez. Por isso, o mapeamento de uma região de 250 quilômetros quadrados em apenas um dia é um desafio incrivelmente difícil.
Os participantes precisaram passar por dois estágios de testes preliminares, o primeiro através do envio de documentos e o segundo através de testes do desempenho dos robôs. No final, oito equipes conseguiram se classificar para a última rodada, que vai ter início em novembro. Três das equipes são dos Estados Unidos e cada uma das outras é de um desses países: Reino Unido, Portugal, Suíça, Alemanha e Japão.
O Japão é pobre em riquezas naturais e cercado por mares, o que torna a exploração do fundo do mar ainda mais importante para o país. Se a tecnologia de exploração marítima progredir, ela poderia ser utilizada para uma vasta gama de setores industriais, pesquisas científicas e esforços de mitigação de desastres. Espero que esta competição sirva como uma oportunidade para o Japão fomentar tecnologias de liderança mundial." (da NHK World Japan)