Brasília, 31/01/2007 - Os empresários brasileiros estão mais otimistas com relação às vendas externas e ao faturamento na indústria nos próximos seis meses. É o que mostra a pesquisa Sondagem Industrial divulgada hoje pela Confederação Nacional da indústria. O indicador de expectativa de crescimento chegou aos 53,9 pontos. A estimativa para as exportações passou de 46,9 no terceiro trimestre para 51 pontos no último trimestre de 2006.
De acordo com o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Avaliação de Desenvolvimento da CNI, Renato da Fonseca, o maior otimismo tem como causa um efeito sazonal, já que no início do ano geralmente os empresários estão mais confiantes. "No ano passado as expectativas se formaram em cima de um ambiente com queda na produção. Nesse ano, teremos uma recuperação gradativa principalmente a partir do segundo semestre", afirmou o economista.
Segundo Renato da Fonseca, os empresários agem com cautela devido aos fatos recentes da economia. "Desde 2000 temos ciclos de crescimento de no máximo seis meses. No mesmo ano houve a crise energética, em 2001, quando a economia começava a dar sinais de recuperação, houve a crise da argentina e em seguida crises políticas", lembrou. A situação é reforçada, de acordo com o gerente, pela falta de manutenção do crescimento econômico por mais de dois anos. "Precisamos de sinais mais fortes de crescimento para que a expectativa e os investimentos aumentem significativamente. Com isso, a economia voltará crescer mais forte", reforçou.
Realizada entre os dias 2 e 19 de janeiro, a pesquisa ouviu 189 empresas de grande porte e 1.137 pequenas e médias indústrias que apontaram a carga tributária como o maior problema a ser enfrentado. "O aumento da carga tributária é cada vez mais sentido pelas empresas, e agora, ganha reforço com a grande competição no mercado devido a entrada dos importados", afirmou da Fonseca.
Conforme a pesquisa, a produção e o faturamento industrial voltaram a crescer no quarto trimestre deste ano, confirmando a tendência apresentada a partir do terceiro trimestre de 2006. O indicador de produção chegou aos 52,8 pontos, contra os 53,2 pontos registrados no terceiro trimestre do ano passado. O crescimento da produção industrial foi maior entre as pequenas e médias empresas. "No último trimestre o ritmo de crescimento das pequenas e médias empresas ultrapassou o das empresas de grande porte. É a primeira vez desde 1998, início da pesquisa, que o desempenho desse setor é melhor", lembrou o gerente. O indicador de faturamento manteve-se estável passando de 53,1 no terceiro trimestre para 53 pontos nos últimos três meses de 2006.
A Sondagem Industrial mostra ainda que o indicador de emprego permaneceu estável em 50,1 pontos. "Expectativa é de que haja um crescimento motivado pelo desempenho das pequenas e médias empresas, que são as que mais empregam. Com isso teremos efeito maior no desemprego porque haverá crescimento da renda e consequentemente de consumo", lembra. O indicador entre as pequenas e médias empresas foi de 50,3 pontos no quarto trimestre. Entre as grandes empresas o indicador passou de 52,8 pontos no terceiro trimestre para 49,7 pontos nos últimos trimestre de 2006.
Agência CNI