Brasília, 26/03/2007 - A relação entre dívida líquida do setor público e Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas produzidas no país – deve ter uma redução substancial neste ano, de acordo com avaliações de analistas de mercado e de instituições financeiras, consultados na última sexta-feira (23), pelo Banco Central.
A pesquisa é realizada todas as semanas com o objetivo de “sentir” as tendências do mercado financeiro sobre os principais indicadores da economia. Os analistas financeiros acreditam que as condições macreoeconômicas são favoráveis à redução da relação dívida/PIB, que era estimada em 48,88% na semana anterior, e agora cai para 48,52% no encerramento deste ano; e para 2008 também cai de 47% para 46,50%.
De acordo com o Boletim Focus, divulgado hoje (26) pelo BC com os resultados da pesquisa, quanto menor a relação dívida/PIB, maior o indicativo de solidez da economia do país, com conseqüente aumento de credibilidade dos investidores externos para aplicação de recursos em programas do setor produtivo.
Os analistas de mercado insistem que o crescimento da economia não ultrapassará 3,50% neste ano, em que pese o esforço do governo para implantação, ainda este ano, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A correção dos cálculos do PIB, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fez com que eles apenas elevassem de 3,50% para 3,55% a projeção de crescimento para o ano que vem.
O Boletim Focus aumentou de US$ 39,3 bilhões para US$ 39,6 bilhões a projeção para o saldo da balança comercial (exportações menos importações) deste ano, e manteve o prognóstico de US$ 35 bilhões para o saldo comercial de 2008.
Manteve, também, a estimativa de US$ 8 bilhões para o saldo de 2007 em conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior. Mas reduziu, de US$ 4,60 bilhões para US$ 4,25 bilhões, a projeção de saldo de conta corrente para o ano que vem.
A expectativa do mercado com relação a investimento estrangeiro direto (IED) no setor produtivo permanece em US$ 18 bilhões, tanto neste ano quanto no próximo, a despeito de o BC projetar US$ 20 bilhões, como revelou o chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes, na semana passada.
São projeções de um cenário de mercado no qual o dólar norte-americano será cotado a R$ 2,12 no final de 2007, e a R$ 2,20 no final de 2008. Considera, ainda, que a taxa básica de juros (Selic), atualmente de 12,75% ao ano, cairá a 11,50% ainda neste ano, com possibilidade de recuar para 10,50% até o encerramento de 2008.
Agência Brasil - Stênio Ribeiro