Brasília, 8/05/2008 - O Brasil foi o país da América Latina que mais se beneficiou do fluxo recorde de investimentos estrangeiros diretos (IED) que ingressaram na região em 2007. De acordo com relatório divulgado hoje (8) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), entraram no país US$ 34,585 bilhões dos US$ 106 bilhões investidos nos países pesquisados.
Além do Brasil, os países com os maiores investimentos estrangeiros foram México, com US$ 23,23 bilhões, Chile (US$ 14,457 bilhões) e Colômbia (US$ 9,028 bilhões). A Argentina ficou em quinto lugar, com US$ 5,72 bilhões.
O relatório revelou que, pela primeira vez, os investimentos estrangeiros diretos na América Latina superaram os US$ 100 bilhões em 2007. Esse valor é 46% a mais que em 2006 e superior ao recorde de US$ 89 bilhões, registrado em 1999, quando, de acordo com a Cepal, os investimentos estavam impulsionados pelas privatizações na região.
Segundo a entidade, o aumento do interesse dos estrangeiros nos países latino-americanos ocorreu por causa do crescimento econômico da região e do aquecimento da demanda mundial por recursos naturais, como minérios e produtos agrícolas.
No Brasil, o IED cresceu 84% no ano passado em relação a 2006, quando o país tinha recebido US$ 18,782 bilhões. O documento ressaltou que o perfil dos investimentos no Brasil se diferencia em relação a vários países da região.
“Destaca-se o caso do Brasil, onde o setor de serviços foi o principal receptor”, informou a Cepal no documento. “No Chile, na Colômbia e no Equador, o maior fluxo de IED deu-se no setor de recursos naturais, enquanto no México o setor manufatureiro [industrial] foi o dominante.”
Os principais investidores na América Latina foram Estados Unidos, Holanda e Espanha. A desaceleração na economia norte-americana, de acordo com o relatório, não chegou a influenciar o fluxo de IED para a região, mas a entidade advertiu que a crise na maior economia mundial pode afetar o interesse dos estrangeiros neste ano.
“O desempenho da região como receptora de investimentos estrangeiros em 2007 não foi afetado significativamente pela desaceleração econômica dos Estados Unidos, já que os problemas começaram a se manifestar no quarto trimestre do ano. No entanto, seu efeito [da desaceleração] pode ser relevante nos fluxos de investimentos para 2008”, concluiu o comunicado da Cepal.
Ao contrário do investimento de curto prazo, que busca se beneficiar da diferença de juros entre os países em desenvolvimento e os desenvolvidos e volta para o país de origem, o IED gera empregos e amplia a capacidade produtiva, informa o documento da Cepal.
Agência Brasil - Wellton Máximo