São Paulo, 9/05/2008 - A expansão nas vendas do mercado interno e a gradual recuperação nas exportações registradas desde o início do ano devem alterar para cima as projeções de produção e comércio da indústria automobilística. A revisão será anunciada no próximo mês, informou hoje (9) o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider.
Segundo ele, as contas ainda estão sendo refeitas e faltam ainda algumas sinalizações do mercado para a nova definição. A última previsão apresentada por ele indicava um crescimento de 17,5% nas vendas com a comercialização de 2,895 milhões de veículos; queda de -5,1 nas exportações em unidades e a repetição do montante financeiro de 2007. No caso da produção, alta de 8,9%, com 3,235 milhões de veículos.
Schneider comemorou o fato de o setor ter ultrapassado pela primeira vez a marca de 300 mil carros produzidos em abril. No mês passado, saíram das linhas de montagem 300.551 unidades, o que significa um aumento de 6,2% sobre março último; 34,4% na comparação com abril de 2007 e 23,5% no acumulado de janeiro a abril sobre o mesmo quadrimestre do ano passado.
“Ultrapassamos um número emblemático”, disse o presidente da Anfavea, complementando que isso “é a continuidade do crescimento e da força da geração de energia que o setor automotivo tem apresentado”.
Schneider também salientou o aumento da participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) - soma das riquezas produzidas no país -, que passou de 4,9% (2006) para 5,4% (2007).Considerando só o PIB industrial, o índice de participação saltou de 19,9% (2006) para 22,1% (2007). “É um resultado recorde”, apontou o executivo.
Mais uma vez, o bom desempenho da indústria automobilística foi atribuído, entre outros fatores, à oferta de crédito em expansão, aumento no nível de emprego e renda e a baixa inadimplência (3,3%). Só o setor ampliou em 1,4% as contratações de empregados, passando de uma base de 124.155 para 125.873. Sobre abril de 2007, houve um crescimento de 15,2%.
Quanto à política industrial a ser anunciada na segunda-feira (12), o presidente da Anfavea disse que está otimista. “Nossa expectativa é positiva e nossas sugestões, em conversas com o governo, sempre foram centradas em três dimensões: reforço à capacidade de competição no exterior; do investimento na pesquisa nacional de engenharia de produção e o investimento na capacidade de produção”.
Questionado sobre a discussão internacional sobre se de fato está ocorrendo concorrência do plantio de cana-de-açúcar voltada para o processamento em etanol em detrimento da produção de alimentos, Schneider rebateu as críticas. Para ele, isso é “uma hipocrisia” e está totalmente fora da realidade brasileira. Ele classificou de” perversa” a colocação do gênero que estaria partindo de uma campanha de setores com intenção de desinformar a população.
Agência Brasil - Marli Moreira